sábado, 27 de julho de 2013

Doralice

Reginaldo agarrou-se ao balcão quando o mundo, de repente, começou a girar ao contrário. É claro que não foi tão de repente assim, ele sabia. Como sabia também que o efeito das inúmeras doses de cachaça que acabara de tomar somente iria passar no dia seguinte, depois de uma boa e dolorosa ressaca. Porém, como o garçom só estava esperando-o sair para fechar o bar, Reginaldo decidiu voltar para casa.  Não que ele quisesse, era penoso demais entrar naquele sobrado e não encontrar mais Doralice.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O Casarão

Ela olhou para trás ao ouvir o solitário badalar do sino da igreja. Era a primeira noite da lua minguante e uma pálida luz vencia as nuvens que tentavam encobri-la. Com os pés descalços sobre as pedras frias e ásperas do rochedo, Suzana virou-se e contemplou a casa na qual vivera até então. Uma antiga sede de fazenda, toda em madeira nobre, com sua generosa varanda a circundar seus dois andares.