Cecília abriu as cortinas da
floricultura assim que entrou. A primavera sempre fora sua estação preferida,
talvez por isso sua avó tenha lhe deixado a loja como herança. Mas ela preferia
que as vendas aumentassem, admitiu ao ver os poucos trocados que havia na caixa
registradora. Mantivera o local
funcionando do mesmo modo que sua avó e, mesmo assim, quem comprava suas flores
nunca voltava, por mais que elogiassem a aparência das gérberas e o perfume das
rosas.
O tilintar do sino atado à porta
fez com que Cecília deixasse de lado as suas preocupações e fosse atender os
clientes que chegavam. Uma coroa de flores. Não era um
pedido realmente estranho para uma floricultura, mas como nova proprietária,
era a primeira que entregava, contudo, o mais estranho era a quem se destinava:
a uma moça que comprara um ramalhete de flores do campo poucos dias antes.
Reprimindo o choque pela coincidência, Cecília rumou para casa, dando o dia de
trabalho por encerrado.