A primeira badalada. Precisava se apressar.
Já estava cansado de tudo aquilo, mas era sua responsabilidade, então,
não havia o que pudesse fazer realmente a respeito. Não era o Senhor do Tempo,
era apenas seu escravo, como tantos outros. E, por isso, não tinha escolha.
Porém, era o mais antigo e acabara aprendendo alguns truques, e utilizava os
que podia para alargar ao máximo o fio das horas, esgarçando os minutos o
suficiente para que os humanos – se porventura percebessem o que ocorria –
achassem que o tempo havia parado.
Olhou mais uma vez para o corpo jovem que abandonava em seu leito,
enquanto se preparava para atender ao chamado. Aquela era uma das raras vezes
que gostaria de não precisar partir. Mas não se atrevia. Ou talvez devesse se
atrever. Seria interessante ver como Ele se sairia para resolver a bagunça que
aquele simples ato causaria.