Nome de índia. Cor de escrava.
Sabe aquela pessoa que te ensina muito, sem ter que fazer
quase nada? Assim era Jupira.
Jupira entrou na minha vida antes de mim. De família pobre
foi ser criada pelos meus avós(uma família um pouco menos pobre) ainda menina,
e quando eu nasci, Jupira já era considerada “minha tia”.
Quando criança, nunca entendi porque tia Jupira não tinha o
mesmo sobrenome do restante da família. Ela era da família, tinha que ter o
nome da família! Não importava o fato da pele escura ser tão diferente da
minha. Ela era da família.
Com todo respeito que aprendi a ter com os mais velhos,
apesar da diferença de idade ser apenas de 19 anos, só deixei de chamar Jupira
de tia, depois de casada, já mulher feita e com um filho apenas um ano e meio
mais novo que o dela. Ela deixava de ser a tia para ser a irmã mais velha, a
conselheira.
Jupira gostava de cerveja, pagode e Engenheiros do Hawai. Cozinhava
divinamente. Acima de tudo, gostava de
ser feliz. Mas não gostava de sentir dor.
A dor acabou, querida.
Fique bem. Te amo.
1 comentários:
Sincero e emocionante, Pri.
Fique bem dona Jupira..
Daiane.
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