A
Demanda de Camron
Foi na mesma época em que todos procuravam pelo Santo Graal que tudo aconteceu.
Camron era um jovem cavaleiro, sagrado por ninguém menos que Boors, um dos
homens mais próximos do rei, para quem havia servido como pajem e escudeiro.
Apesar de ter estado em campanha junto ao séquito do próprio Artur, das
aventuras que participara após tomar armas, as mais emocionantes se resumiam em
pequenas batalhas contra saxões. E delas saíra apenas com arranhões que nem
cicatrizes deixariam para se vangloriar depois.
Ao contrário de muitos
outros cavaleiros, Camron não almejava riquezas ou títulos. Apesar de não ser o
filho mais velho, após a morte de seu irmão em batalha, honrada e lembrada por
todos, herdara o direito a tudo. Porém, não recebera reconhecimento como parte
de seu legado. Isto ele teria que conquistar por si mesmo. E Camron preferia
obter as próprias glórias, sem depender dos favores de ninguém. Íntegro e
correto, alimentava a esperança de um dia sentar junto aos cavaleiros mais
importantes da Távola Redonda e sabia que, para isso, aproximar-se do cálice,
ou ao menos obter uma informação sobre seu paradeiro, já seria o suficiente.